Um dos principais desafios das empresas brasileiras é organizar o plano de sucessão dos líderes. Poucas o fazem como deveriam e isso se torna perigoso em longo prazo. Os departamentos de recursos humanos devem estar sempre atentos para estabelecer corretamente os sucessores.
Você sabe o que é um plano de sucessão organizacional? Qual a importância de montá-lo e como fazer isso? As respostas para essas e outras perguntas podem ser conferidas nos tópicos a seguir!
O plano de sucessão organizacional é uma atividade voltada para a definição de substitutos dos líderes mais importantes. O objetivo dele é estabelecer profissionais capacitados para qualquer eventualidade dos atuais detentores desses cargos. Afinal, nenhuma pessoa é eterna.
Desse modo, as empresas conseguem se preparar para eventualidades e as trocas desses cargos são mais tranquilas do que em outros lugares que não têm uma preparação adequada.
Existem inúmeras razões pelas quais as empresas devem se preparar com um plano de sucessão organizacional, mas a principal e mais importante vantagem é a possibilidade de antecipação de situações futuras.
Para entender melhor como isso se dá de fato, imagine duas empresas: uma com plano de sucessão organizacional estruturado e outra que não tem nenhuma preocupação com isso. Em determinado momento, considere que um dos líderes dessas empresas precise se afastar por motivos de saúde.
No caso da organização com plano de sucessão, não há grandes preocupações: já existe um profissional capacitado e que vem sendo preparado justamente para ocupar essa posição. Por outro lado, na outra empresa, é possível que essa substituição seja feita às pressas, aumentando os riscos de erro.
Além disso, ao montar um plano de sucessão organizacional, as empresas têm a chance de selecionar melhor o perfil de acordo com o que pretendem para o seu próprio futuro. Qual tipo de pessoa ela entende como ideal, considerando as metas e objetivos de longo prazo? É isso que determinará a escolha.
Uma vez que tenha tudo isso bem definido, a empresa estará apta para comandar o seu plano de sucessão voltada para os profissionais definidos. A missão, a partir de então, será capacitá-lo para o cargo, garantindo que ele esteja apto na hora de assumir a nova função.
Para isso, claro, devem ser cumpridas algumas etapas. A primeira parte é mais simples. Nela, será feita uma análise dos perfis, buscando aquilo que se entende como mais adequado. Vale lembrar que isso deve ser feito sempre levando em consideração as necessidades do negócio, principalmente no que diz respeito à estratégia.
Na sequência, deve ser elaborado um plano de ação para a preparação do profissional, colocando-o em uma série de treinamentos específicos tanto técnicos quanto pessoais, como inteligência emocional. Nessa parte, também deve estar especificado como ocorrerá à transição quando chegar o momento.
Para isso, é essencial que a equipe toda esteja ciente de que esse plano existe na organização. Afinal, todos precisam estar em sinergia para garantir a continuidade dos negócios.
Dentre as principais tarefas do departamento de recursos humanos, identificar os sucessores de modo a equilibrar as expectativas de carreira e as estratégias do negócio é um dos principais desafios.
Há diferentes fatores que auxiliam nessa identificação como programas de avaliação, relatórios de desempenho, feedbacks, entre outros. As possibilidades são inúmeras! Com elas, o RH aliado a uma boa visão estratégica consegue encontrar as principais qualidades de um colaborador apto à sucessão de um cargo de confiança.
Entender essas características e encontrá-las em alguém é um trabalho muito importante, principalmente quando cargos precisam de um novo líder urgentemente. Abaixo, seguem algumas das principais habilidades a serem reconhecidas.
Pode até parecer muito óbvio quando pensamos em alguém para assumir o cargo de gestor, mas não é tão simples nesse caso. Uma pessoa que sobe de nível na estrutura de um departamento precisa garantir a confiança do seu time, principalmente quando os outros colaboradores, até então, estavam na mesma posição do seu novo gestor.
É natural haver conflitos nos primeiros meses, afinal, todos sonham ascender em sua carreira, mas somente um vai conseguir esse êxito no momento. Diante disso, um bom sucessor tem a responsabilidade de equilibrar a situação e resolvê-la da melhor maneira possível, seja ouvindo seus colaboradores, mostrando a sua influência ou tomando a decisão necessária.
No plano de sucessão, a competência é um dos itens mais bem-vistos em um bom sucessor. Aqueles que têm os principais elementos de um líder competente estão um grande passo à frente dos outros candidatos.
É importante entender que o know-how esperado vai muito além da visão técnica e operacional. O profissional precisa ter também as habilidades interpessoais, estratégicas e morais que estejam alinhadas ao negócio.
O gestor é visto como a ponte de muitas relações dentro do ambiente organizacional. Ele é a ponte entre presidentes, diretores e demais colaboradores. Além disso, em determinadas situações, a comunicação do departamento precisa ser clara e objetiva, com persuasão e efetividade.
Sendo assim, o colaborador que tem facilidade na fala é um forte candidato a assumir uma cadeira de confiança.
Um sucessor não é apenas aquele que apresenta boas entregas. Ele também deve estar comprometido com a empresa e seus valores. Afinal, além de ser importante para todos, um líder deve inspirar seu time. Para isso, ele precisa estar bem alinhado aos objetivos estratégicos e morais do negócio.
Esse comprometimento também servirá para que os colaboradores tenham mais confiança em seu novo gestor, gerando consequentemente melhores resultados para toda a equipe e a empresa.
A relação entre líderes e liderados pode ser vista da mesma maneira como a de pais e filhos: os líderes sempre devem indicar o melhor caminho para que os menos experientes alcancem a mesma posição futuramente e se tornem excelentes gestores.
Essa preocupação e esse desejo são comuns. Quando se desligam do seu emprego atual, líderes desejam que o seu trabalho seja continuado, afinal, grandes desafios foram vencidos para alcançar as suas conquistas.
Ao longo da jornada, podemos identificar aqueles que são mais suscetíveis a serem nossos sucessores, no entanto, eles precisam amadurecer para, no momento oportuno, assumirem as cadeiras de líderes. Alguns desses meios de formação, podem ser os seguintes.
Quando enxergamos os mais dispostos a serem sucessores, por mais competentes que venham a ser, é necessário desenvolver certas habilidades de um líder. A capacitação é um meio muito eficaz para alcançar esse resultado.
Alguns cursos como inteligência emocional, postura na fala, agilidade na tomada de decisões, são exemplos que podem ser aplicados aos colaboradores do seu time, pois essas habilidades serão importantes para decidir quem está apto a assumir o novo cargo.
Grandes agendas de reuniões, decisões importantes a serem tomadas, além da gestão de um time são as principais atividades de um gestor. Não é fácil conseguir ajustar toda essa rotina extensa com a sua vida pessoal. Delegar um pouco dessas demandas a seus possíveis sucessores é uma forma de encorajá-los e prepará-los para assumirem o seu cargo sem grandes dificuldades.
Outra ocasião muito propícia é o período das suas férias. Divida as tarefas e, após o retorno, converse com eles a fim de obter o feedback. Nesse momento, além de treiná-los, é possível visualizar qual dos sucessores em potencial tem mais chance de ocupar a vaga entre todos os concorrentes.
Ser um líder que trabalha o plano de sucessão com seus colaboradores é visto como uma qualidade importante em seu papel, além de mostrar que também pode receber desafios ainda maiores como gestor dentro da empresa.
Antes disso, mesmo com a toda a preparação para formá-los, é preciso acompanhar toda sua evolução, dar feedbacks mais precisos e manter o gestor de RH informado a respeito de como está sendo o progresso dos possíveis sucessores.
Por mais que você tenha todo o cuidado na confecção de um plano e tenha ações que reduzam a rotatividade de trabalhadores talentosos da organização, imprevistos podem acontecer a qualquer momento.
Logo, a primeira coisa a fazer é dividir as tarefas desse profissional em posição-chave entre os colaboradores da própria equipe à qual ele pertencia. Isso ajudará a minimizar os efeitos da saída até que um substituto seja colocado no lugar.
Vale lembrar que uma ação muito importante é a gestão do conhecimento. Por isso, ao criar o plano de sucessão, não escolha apenas uma pessoa para passar pelo treinamento. Aquelas que forem escolhidas devem ser preparadas, servir como exemplo de quais competências são necessárias para a execução das atividades e repassar isso aos outros membros da equipe.
O plano de contingência é um plano sucessório adaptado. Ele é feito quando uma situação inesperada ou emergencial acontece — no caso, quando um colaborador-chave precisa sair da empresa repentinamente.
Ele poderá ser feito em uma etapa avançada do planejamento sucessório e resolver a questão antes mesmo de ela acontecer, ou pode ser estabelecido antes da criação do plano sucessório.
Para isso, os gestores devem se preocupar em enumerar algumas situações de risco que podem acontecer e colocar junto delas algumas ações emergenciais. Por exemplo: se o profissional avisa que sairá, as funções dele devem ser rapidamente repassadas a outros executivos e, em paralelo, um processo de busca interna e externa deve ser iniciado.
O plano de carreira é um passo muito importante a ser tomado, principalmente para retenção de talentos, maior produtividade, melhora do ambiente organizacional, entre outros. Entretanto, seu papel vai muito além disso, pois, por meio dele, podemos desenvolver os colaboradores para serem os sucessores de seus líderes.
Para isso, trabalhar o plano de sucessão acompanhado do plano de carreira garante resultados mais estratégicos quando se busca colaboradores para assumir um cargo de confiança, seja do seu atual gestor ou em novas áreas.
Enquanto o planejamento de carreiras desenvolve individualmente cada pessoa, o planejamento de sucessão traz uma visão mais estratégica ao negócio.
Para que isso aconteça, podemos identificar as pessoas mais aptas a ocupar os novos cargos por meio do plano de carreira e, a partir disso, desenvolver o plano de sucessão, trabalhando suas habilidades. No momento que a vaga surgir, elas estarão prontas para assumir o novo desafio.
É importante entender que ambos podem ser trabalhados sozinhos. Entretanto, ao serem desenvolvidos em conjunto, seus resultados serão otimizados tanto para os colaboradores quanto para a empresa.
É comum que, nas empresas, os profissionais que se destacam e são bons líderes sejam muito valorizados pelos colaboradores que o cercam. Logo, fazer uma substituição sem critérios pode gerar problemas para a própria equipe e ser uma dor de cabeça para os gestores.
Por essa razão, um plano de sucessão organizacional bem elaborado e estruturado é essencial. A partir do momento que a corporação o estabelece, ela mostra uma preocupação com o seu capital humano, pois dá visibilidade à carreira e, assim, torna menos provável a saída do colaborador ou uma transição conturbada.
No entanto, como mostramos, imprevistos podem acontecer. Claro que não haverá substituição para todos, mas, ao menos, o plano manterá o equilíbrio no ambiente. Afinal, todos os talentos são valorizados sem a concentração em um único profissional.
Quando a empresa foca na preparação, mesmo que isso possa acontecer em um período posterior, há maior aceitação da equipe e o próprio colaborador que fará a substituição poderá passar por uma transição mais tranquila. Consequentemente, conflitos de interesses que as substituições de última hora ocasionam são evitados. Por isso, destacamos que a integração de toda a equipe é muito importante para que o processo flua.
Mais do que uma simples preparação, o plano de sucessão organizacional é fundamental para garantir o sucesso de qualquer empresa em longo prazo. É desse modo que ela pode garantir que os novos gestores manterão a mentalidade e os objetivos no caminho correto.
O plano de sucessão é um item que deve estar presente em todas as empresas que desejam dar mais motivação para os seus colaboradores e alcançar resultados mais estratégicos para o seu RH.
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