fbpx

Blog da

Maternidade e carreira: desafios, superações e o poder do cuidado

No último dia 08 de maio, o Up Talks apresentou um episódio especial em homenagem ao Dia das Mães, mergulhando em um debate necessário sobre os desafios e as alegrias da maternidade no mundo corporativo e pessoal. Com histórias emocionantes e análises profundas, as convidadas reforçaram uma mensagem central: maternidade e carreira exigem não apenas equilíbrio, mas transformação social.


A dupla jornada: maternidade e carreira em um mundo que ainda cobra escolhas

Um dos temas mais urgentes discutidos foi a dificuldade de conciliar maternidade e carreira sem abrir mão de nenhum dos dois lados. Dados do IBGE mostram que, enquanto 54% das mulheres com filhos estão no mercado de trabalho, apenas 37% ocupam cargos de liderança, um reflexo claro dos obstáculos enfrentados.

As convidadas compartilharam relatos sobre o medo de engravidar em ambientes competitivos, onde a maternidade é vista como um “risco” à produtividade. Uma pesquisa recente da Catho revelou que 48% das mulheres adiam a gravidez por receio de impactos profissionais. Maternidade e carreira, quando vistas como opostas, criam um ciclo de pressão que precisa ser rompido.


O estigma corporativo: demissões, licenças e a invisibilidade das tentantes

Não faltaram críticas ao tratamento dado às mães no ambiente de trabalho. Histórias de demissões pós-licença-maternidade ainda são frequentes, mesmo com a Lei 14.457/22, que proíbe a dispensa arbitrária durante a gestação e até cinco meses após o parto. Além disso, pouco se fala sobre as “tentantes”, mulheres que enfrentam tratamentos de fertilidade e raramente recebem acolhimento empresarial.

Um dado alarmante da Rede Brasil Mulher mostrou que 60% das profissionais escondem a gravidez no primeiro trimestre por medo de represálias. Maternidade e carreira não deveriam ser um campo de batalha, mas uma jornada apoiada por políticas efetivas e cultura organizacional inclusiva.


Saúde mental materna: baby blues, solidão e os primeiros cinco anos

A conversa também destacou um aspecto ainda negligenciado: a saúde mental das mães. O baby blues, uma condição de tristeza pós-parto, atinge até 80% das mulheres, segundo a Febrasgo, mas muitas sequer recebem diagnóstico. As convidadas enfatizaram que os primeiros cinco anos da criança são os mais desgastantes, exigindo rede de apoio emocional e logística.

Maternidade e carreira se tornam ainda mais complexas quando somadas à cobrança por “perfeição”. Um estudo da Universidade de Brasília apontou que 72% das mães brasileiras se sentem sobrecarregadas, mas apenas 30% buscam ajuda psicológica. Romper esse silêncio é urgente.


A divisão desigual: por que os pais ainda não participam o suficiente?

Outro ponto crucial foi a falta de participação masculina na criação dos filhos. Enquanto mulheres dedicam 21 horas semanais aos cuidados da casa e das crianças (Pnad Contínua), homens gastam apenas 10. Maternidade e carreira não são desafios exclusivos das mulheres, são uma responsabilidade coletiva.

As debatedoras defenderam a educação de meninos com o “dom do cuidado”, desconstruindo a ideia de que afeto e tarefas domésticas são “papéis femininos”. Afinal, igualdade de gênero começa em casa.


Histórias que inspiram: resiliência, legado e o orgulho de ser mãe

Apesar dos desafios, o episódio foi repleto de relatos inspiradores. Mães que venceram preconceitos, criaram filhos com autonomia e transformaram suas experiências em motivação para outras mulheres. Maternidade e carreira, quando vividas com apoio, tornam-se fontes de força e não de culpa.


O caminho a seguir: políticas, empatia e reconhecimento

Para que maternidade e carreira coexistam de forma saudável, são necessárias mudanças estruturais:

  • Empresas: Implementar programas de retorno gradual pós-licença, home office flexível e apoio psicológico.
  • Sociedade: Romper estereótipos e valorizar o cuidado como dever de todos.
  • Famílias: Distribuir tarefas de forma justa e incentivar diálogos sobre saúde mental.

O episódio do Up Talks deixou claro: a maternidade não é um obstáculo à carreira, mas uma experiência que enriquece habilidades como gestão de tempo, empatia e resiliência, competências valiosas em qualquer profissão.


Conclusão: maternidade e carreira podem (e devem) andar juntas

O especial do Dia das Mães mostrou que, enquanto houver estigmas, a jornada seguirá árdua. Mas também provou que maternidade e carreira são facetas complementares quando apoiadas por políticas reais e quebra de paradigmas.

Que este debate ecoe além do podcast, inspirando ações concretas para que nenhuma mãe precise escolher entre ser profissional e ser quem ama.

Assista ao episódio completo no YouTube ou LinkedIn da Up Brasil e junte-se a essa conversa transformadora!

Comentários