Embora o mercado de trabalho brasileiro tenha evoluído em diversos aspectos, ainda persistem estruturas desiguais, especialmente quando analisamos a situação das mães que trabalham. Ao mesmo tempo que conquistam seu espaço e demonstram competência diariamente, essas profissionais enfrentam uma dupla jornada exaustiva, dividida entre as demandas profissionais e as responsabilidades domésticas. Para piorar o cenário, dados recentes revelam uma realidade alarmante: um número significativo de mães que trabalham acaba demitida nos primeiros dois anos após o retorno da licença-maternidade, mostrando como o sistema ainda ignora seus desafios específicos.
Apesar dessas barreiras estruturais, é importante destacar que as mães que trabalham desenvolvem habilidades valiosíssimas para o mercado, como resiliência, capacidade de gestão do tempo e uma visão estratégica ampla. Neste artigo, vamos explorar não apenas os obstáculos enfrentados por essas profissionais, mas também como políticas mais humanizadas podem fazer diferença e de que forma a liderança feminina está transformando os ambientes corporativos.
De acordo com um estudo recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto as mulheres representam 51,1% da população economicamente ativa no país, apenas 54,5% delas estão inseridas no mercado de trabalho, em contraste com 73,7% dos homens. Quando focamos especificamente nas mães que trabalham, os números se tornam ainda mais preocupantes:
Esses indicadores revelam uma triste realidade: muitas organizações ainda tratam a maternidade como um obstáculo, em vez de encará-la como uma fase natural da vida profissional. A ausência de políticas de apoio efetivas, como flexibilidade de horários ou creches corporativas, acaba excluindo muitas mães que trabalham do crescimento profissional que merecem.
Além das questões relacionadas à estabilidade profissional, outro aspecto frequentemente negligenciado é o impacto dessa rotina exaustiva na saúde mental. Segundo pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT):
Diante desse cenário, fica evidente como a pressão por alto desempenho profissional, somada às expectativas sociais de “maternidade perfeita”, cria um ciclo extremamente desgastante. Como consequência, muitas mães que trabalham desenvolvem quadros de ansiedade, depressão ou síndrome de burnout – frequentemente sem qualquer tipo de suporte organizacional.
Apesar de todos os desafios mencionados, é crucial ressaltar que as mães que trabalham representam um dos ativos mais valiosos para qualquer organização. Diversos estudos comprovam essa afirmação:
Quando as organizações investem em ambientes verdadeiramente inclusivos, todos saem ganhando. Nesse sentido, medidas como flexibilidade de horários, licenças estendidas e programas de mentoria específicos para mães se mostram fundamentais para valorizar e reter essas profissionais talentosas.
Para transformar esse cenário de forma concreta, algumas ações se mostram particularmente eficazes:
Adotar políticas de flexibilidade: Opções como home-office, horários flexíveis e banco de horas ajudam as mães que trabalham a organizarem melhor sua rotina.
Implementar suporte psicológico: Programas voltados para saúde mental reduzem significativamente os níveis de estresse e aumentam a produtividade.
Oferecer auxílio-creche: Seja através de creches corporativas ou de benefícios específicos, esse apoio facilita enormemente a conciliação entre vida profissional e familiar.
Incentivar lideranças femininas: Mulheres em posições de comando servem como inspiração e ajudam a quebrar paradigmas organizacionais.
Vale ressaltar que essas mudanças não representam um favor às profissionais, mas sim um investimento estratégico. Afinal, as mães que trabalham trazem consigo um conjunto único de habilidades que beneficiam toda a organização.
A trajetória das mães que trabalham no Brasil é, sem dúvida, marcada por desafios significativos. No entanto, os mesmos dados que revelam essas dificuldades também comprovam seu imenso potencial transformador quando recebem o apoio adequado.
Nesse contexto, as empresas têm uma oportunidade única de repensar suas estruturas e políticas, não apenas como uma questão de equidade social, mas como uma estratégia inteligente de negócios. Ao valorizar verdadeiramente as mães que trabalham, as organizações não apenas promovem justiça, mas também fortalecem seus times com profissionais altamente capacitadas e resilientes.
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